sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A DIABÓLICA DOUTRINA DO "INFERNO ETERNO" - 2ª PARTE



Entendendo o termo “para sempre”

“As palavras que se traduzem por “eterno” e “todo o sempre” não significam necessariamente que nunca terão fim. No Novo Testamento, vem do grego aion, ou do adjetivo aionios. É impossível forçar este radicas grego significar sempre um período que não tem fim.
“A palavra aionios, traduzida como “eterno”, “para sempre”, significa literalmente ‘perdurando por um século’”. – “Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia”, vol. V, pág. 512.
“Comentando o texto de Filemom 15, o erudito evangélico H. G. Moule afirmou:
O adjetivo aionios (eterno, para sempre) tende a marcar a duração enquanto a natureza da matéria o permite. E, no uso geral, tem íntima relação com as coisas espirituais. ‘Para sempre’ nesse verso significa permanência de restauração tanto natural como espiritual. Ligado, porém, a Deus, [o termo] significa eterno, para sempre. Também ligado à vida que provém de Deus, significa uma vida de duração sem fim.” - Arnaldo B. Christianini. “Sutilizas do erro”. 2a Edição, pág. 270.
“No grego, a duração de aionios deve sempre se determinar em relação com a natureza da pessoa ou coisa a qual se aplica. Por exemplo, no caso de Tibério César, o adjetivo aionios descreve um período de 23 anos, desde sua ascensão ao trono até sua morte”. – “Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia”, vol. V, pág. 513.
Percebeu? Na Bíblia, o termo “para sempre” pode significar “um tempo sim fim” ou “um tempo específico”. Depende da natureza do objeto (Pessoa) que está ligado à palavra. Se for Deus, o termo “eterno” é eterno mesmo. Se estiver ligado a um ser humano mortal, que não comerá da árvore da vida, significa um tempo de longa ou curta duração (dependendo do grau de castigo que mereça). JAMAIS o termo dá a ideia de que um pecador pode sobreviver eternamente num castigo sem fim.
É importante entendermos a expressão na língua original bíblica e não como é explicada em nossa língua portuguesa (que é de outra cultura, a ocidental).
Uma perversão do caráter de Deus
No início do artigo expliquei que a justiça e amor eternos de Deus estão de mãos dadas. Creio que isso ficou claro de modo que podemos entender que o juízo de Deus é uma manifestação do amor dEle pelas criaturas e pela Verdade.
Uma das atividades do diabo na história é “desvirtuar” o caráter amoroso da Divindade. Nos dias do povo de Israel satanás arrumava meios de apresentar a Deus como carrasco. Os judeus, nos dias de Cristo, não escaparam dessa artimanha do inimigo (Jesus veio também para revelar o caráter do Pai, que era mal compreendido – ver João 14:9, 10 e João 9:1, 2); hoje, os cristãos se encontram mergulhados numa “doutrina” que mostra um Deus que, para satisfazer Sua justiça, precisa de maneira tirana atormentar criaturas que pecaram por alguns anos na mesma proporção que o diabo, o pai do pecado.
Ellen White escreveu de forma inspirada:
“Depois da queda, Satanás ordenou a seus anjos que fizessem um esforço especial a fim de inculcar a crença da imortalidade inerente do homem; e, tendo induzido o povo a receber este erro, deveriam levá-lo a concluir que o pecador viveria em estado de eterna miséria. Agora o príncipe das trevas, operando por meio de seus agentes, representa a Deus como um tirano vingativo, declarando que Ele mergulha no inferno todos os que não Lhe agradam, e faz com que sempre sintam a Sua ira …” – “A fé pela qual eu vivo” (Meditação Matinal de 1959), pág. 208. CD ROM “Obras de Ellen G. White” – Casa Publicadora Brasileira.
Realmente, a ideia da punição eterna a uma criatura nasceu na mente de satanás.
White continua:
“Quão repugnante a todo sentimento de amor e misericórdia, e mesmo ao nosso senso de justiça, é a doutrina de que os ímpios mortos são atormentados com fogo e enxofre num inferno eternamente a arder; que pelos pecados de uma breve vida terrestre sofrerão tortura enquanto Deus existir! Contudo esta doutrina tem sido largamente ensinada, e ainda se acha incorporada em muitos credos da cristandade.” – “O Grande Conflito”, pág. 535.
Se você que é pai e mãe não faria isso a um filho, imagine Deus! (Isaías 49:15)
“Sobre o erro fundamental da imortalidade inerente, repousa a doutrina da consciência na morte, doutrina que, semelhantemente à do tormento eterno, se opõe aos ensinos das Escrituras, aos ditames da razão, e a nossos sentimentos de humanidade. Segundo a crença popular, os remidos no Céu estão a par de tudo que ocorre na Terra, e especialmente da vida dos amigos que deixaram após si. Mas como poderia ser fonte de felicidade para os mortos o saberem das dificuldades dos vivos, testemunhar os pecados cometidos por seus próprios amados, e vê-los suportar todas as tristezas, desapontamentos e angústias da vida? Quanto da bem-aventurança celeste seria fruída pelos que estivessem contemplando seus amigos na Terra? E quão revoltante não é a crença de que, logo que o fôlego deixa o corpo, a alma do impenitente é entregue às chamas do inferno! Em quão profundas angústias deverão mergulhar os que vêem seus amigos passarem à sepultura sem se acharem preparados, para entrar numa eternidade de miséria e pecado! Muitos têm sido arrastados à insanidade por este inquietante pensamento.” – Ibidem, pág. 545.
A doutrina do “tormento eterno” faz mal até para a saúde:
“Satanás é o causador da doença; e o médico está batalhando contra sua obra e poder. A enfermidade da mente reina por toda parte, e noventa por cento das doenças que atacam o ser humano têm aí seu fundamento. Talvez algum vivo distúrbio doméstico esteja, como gangrena, roendo até à própria alma, e enfraquecendo as forças vitais. O remorso pelo pecado aflige por vezes a constituição, e desequilibra a mente. Há, também, doutrinas errôneas, como a de um inferno eternamente a arder e o tormento perpétuo dos ímpios, as quais por darem uma visão exagerada e distorcida do caráter de Deus, têm produzido os mesmos resultados sobre espíritos sensíveis. Os infiéis têm aproveitado ao máximo esses casos infelizes, atribuindo a loucura à religião; isto, porém, é grosseira difamação, a qual deverão enfrentar finalmente. A religião de Cristo, bem longe de causar loucura, é um de seus mais eficazes remédios.” – Conselhos Sobre Saúde, pág. 324.
Conclusão
Longe de dizer que os maus serão aniquilados instantaneamente (se o fossem, não receberiam um castigo merecido – não acha?) ou que sofrerão pela eternidade, a Bíblia ensina que:
1) Cada pessoa será punida proporcionalmente, segundo as obras (Apocalipse 22:12). Uns serão mais castigados. Outros, menos (Lucas 12:47, 48);
2) Depois do castigo, a pessoa será finalmente aniquilada (Malaquias 4:1-3).
Como sempre, a Palavra de Deus é equilibrada em tudo o que ensina!
Estude esse assunto com oração. Avalie os textos que citei e solicite ao programa “Na Mira da Verdade” (namiradaverdade@novotempo.org.br) o estudo completo sobre o tema. Você verá que o Deus da justiça (Gênesis 18:25) também é amor (1 João 4:8, 16) e que jamais Ele poderia secar as lágrimas de nosso rosto se soubéssemos que em algum lugar se encontra em tormentos queridos que tanto amamos. Apocalipse 21:4 não poderia se cumprir.
Um abraço carinhoso,
Leandro Quadros.
“Porque não tenho prazer na morte de ninguém [e muito menos no tormento!], diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.” Ezequiel 18:32.

Extraído de:
http://novotempo.com/namiradaverdade/a-diabolica-doutrina-do-“inferno-eterno”-parte-2/

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