sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"O EVANGELHO EM SÍMBOLOS"

"Todos pecamos e, por isso, estamos destituídos da glória de Deus (Rm.3:23). Sempre através de Jesus podemos ser salvos, pois "não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos"-Atos 4:12. Cristo é "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"-João 1:29. Ele é "o caminho, a verdade e a vida"-João 14:6.
          Mas, se os méritos do "Filho unigênito" de Deus são imputados somente em quem crê nEle, como as pessoas que viveram antes da morte de Cristo podiam ser salvas por Jesus se Ele ainda não havia morrido? Como poderiam saber sobre o Calvário e o significado que ele tem?

"MÉTODO ILUSTRATIVO"


 Desde que pecou, o homem teve que demonstrar fé em Alguém que poderia salvá-lo do pecado. Adão 
e Eva conheciam o plano da salvação ( Gn.3:15 ). Abel creu no sacrifício do Redentor vindouro quando sacrificou um cordeiro ( Gn.4:4 ). Da mesma forma, Abraão e os demais patriarcas demonstraram fé em um Salvador que viria à Terra ( Gn.22:7,8 ).

Deus não foi pego de surpresa quando o pecado entrou em nosso mundo. Aliás, antes mesmo disso acontecer, as três pessoas da Divindade elaboraram um plano para salvar o ser humano ( Hb.9:14 )-um plano que estava centrado no sacrifício de Cristo o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo"-Apc.13:8.

Esse plano de salvação foi revelado à humanidade antes de Cristo morrer e estava baseado no amor, sacrifício e justiça:

1-"Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho"-João 3:16.
2-"Sem derramamento de sangue, não há remissão"-Hb.9:22.
3-"Justiça e direito são o funamento do Teu trono"-Sl.89:14.

Após o pecado do homem, o plano da redenção passou a ser ilustrado pelo sacrifício de cordeiros. Dia após dia, através do sistema sacrifical, todos eram convidados a olhar para Aquele que viria, "conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de nós"-I Pd.1:20 (adaptado).

"UM TEMPLO MISTERIOSO"


Após liberar os israelitas do cativeiro egípcio, Deus ordenou que construíssem um SANTUÁRIO para 
que pudesse habitar no meio do povo ( Ex.25:8 ). Era nesse santuário que Ele seria adorado e Se manifestaria. Ali, mediante símbolos, Deus revelaria o grande plano da salvação. 
Deus deu todas as instruções concernentes à construção do tabernáculo e à realização de todas as cerimonias realizadas nele ( ver Ex.25:30, 36-38 ).

O santuário era uma tenda portátil com aproximadamente 15 metros de comprimento por 5 metros de 
largura e altura. Ele era dividido em dois compartimentos: O santo e o santo dos santos, ou santíssimo. Esses eram separados por uma cortina, ou véu. 

Quando ofertava a Deus, o pecador não entrava no tabernáculo, mas no grande pátio(ou átrio) que cercava a tenda. Esse pátio tinha cerca de 44 metros de comprimento por 22 metros de largura e era delimitado por cortinas. Logo na entrada dele ficava o altar de sacrifícios, que prefigurava o Calvário e Jesus como "O Cordeiro de Deus". Entre o altar e a tenda ficava a pia, que representava Jesus como a fonte da "água da vida (João 4:10). Essa pia continha água para os sacerdotes se lavarem, pois deviam estar limpos quando 
entrassem no tabernáculo.

O primeiro compartimento do tabernáculo era duas vezes maior que o segundo. Nele havia uma mesa com 
pães, chamados pães da preposição, que apontavam para Cristo: O "pão da vida"-João 6:35. Também havia um castiçal de ouro com sete lâmpadas que ficavam acesas continuamente. Essas lâmpadas simbolizavam Cristo, a "luz do mundo"(João 8:12). Um altar sobre o qual o incenso era queimado por ocasião do culto matutino e vespertino também compunha a mobília do lugar santo. Esse altar apontava para a intercessão de Cristo.

O segundo compartimento era chamado santíssimo. Nele estava a arca, uma caixa de madeira revestida por ouro. Conforme Deus havia ordenado, dentro da arca ficavam guardadas as Tábuas dos Dez Mandamentos, que foram escritas pelo dedo do próprio Deus. A arca era tampada pelo propiciatório, uma peça feita de ouro com as figuras de dois anjos(de ouro puro também) que olhavam um para o outro. Em cima do propiciatório, brilhava uma gloriosa luz que simbolizava a presença divina. 


O lugar santíssimo era um pequeno modelo da sala do trono do Universo. A Lei divina representava o 
fundamento, ou constituição do governo de Deus, ao passo que o propiciatório representava o infinito amor dEle. 

"O EVANGELHO EM SÍMBOLOS"

Diariamente, todo pecado cometido era cobrado com o sangue de um animal inocente por meio dos serviços no primeiro compartimento do santuário.

O pecador devia levar à porta do santuário um animal sem defeito (esse animal representava Jesus, que nunca pecou). Pondo as mãos sobre a cabeça do animal, o pecador confessava a culpa e, assim, o pecado dele "transferido" para a vítima substituinte. Sendo que " o salário do pecado é a morte"(Rm.6:23), em seguida o pecador degolava o animal, que morria em seu lugar. Através dessa cerimônia, era mostrado ao pecador arrependido que os pecados dele tirariam a vida do inocente Filho de Deus, afinal, "sem derramamento de sangue, não há remissão (dos pecados)," Hb.9:22.

"O DIA DA EXPIAÇÃO"

Os pecados do povo confessados dia após dia e mês após mês, eram, figurativamente, transferidos para o 
santuário, pois parte do sangue dos animais sacrificados era aspergido no altar que ficava no pátio. Para "eliminar" esses pecados e limpar o santuário, uma cerimônia especial era realizada uma vez por ano, em uma data denominada "DIA DA EXPIAÇÃO" (Lv.16). 


A purificação do santuário era feita no dia dez do sétimo mês, data que Deus escolheu para esse fim. Nesse dia, o sumo sacerdote pegava dois bodes, degolava um deles e entrava com o sangue do animal no segundo compartimento do santuário, o lugar santíssimo. Então, enquanto estava defronte da arca que continha os Dez Mandamentos, o sumo sacerdote aspergia o sangue sobre o propiciatório. Esse ato indicava que o sangue de Jesus, o Redentor prometido, seria o preço cobrado por ter o homem transgredido a Lei divina. 

Todo esse ritual tinha como objetivo remover os pecados acumulados no santuário ( Lv.16:16 ). Após completar a purificação, o sacerdote transferia, simbolicamente, todos aqueles pecados para o outro bode 
( o bode emissário ) e o enviava ao deserto, onde o animal morreria.

Deus planejou que, nesse dia do ano ( no dia da Expiação ) o povo e o santuário ficariam limpos do pecado. Para os israelitas, esse dia era de juízo. Quem não se arrependesse pelo pecado cometido e não o confessasse devia ser eliminado do povo ( Lv.23:27-29 ). Quando o dia do juízo terminava, havia grande alegria entre o povo, pois todos estavam livres dos pecados cometidos durante o ano e purificados diante de Deus.

"SÍMBOLO DE CRISTO"



O tabernáculo ( ou santuário terrestre ) foi feito conforme o modelo de tabernáculo celeste e era uma cópia fiel dele ( Êx.25:40; Hb.8:5 ). O apóstolo Paulo fala do "verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem"-Hb.8:2. Em visão o apóstolo João viu esse tabernáculo e a arca da aliança que faz parte da mobília dele. João relata: "Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no Céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário" - Apc.11:19.

Todos os serviços do tabernáculo eram símbolos do ministério de Jesus em favor do homem. Essa obra redentora que Cristo iniciou na terra é continuada no santuário celeste. O ritual do santuário terrestre era como um "telescópio da fé" pelo qual os fiéis podiam penetrar no grande espaço do tempo e enxergar o primeiro advento e a cruz do calvário e ir além; ao segundo advento e juízo final! Jesus deu prova disso quando disse: "Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se"-João 8:56.

Por prefigurar a obra de Cristo, o serviço no santuário de Israel perdeu a razão de existir por causa da consumação do sacrifício de Jesus. Quando o Salvador expirou na cruz, o véu do santuário rasgou-se em dois ( Mt.27:50,51 ), deixando claro que aqueles rituais não tinham mais valor. A sombra encontrava o corpo, o tipo encontrava o antítipo. E, dali em diante, Jesus passou a ministrar no santuário que está no céu, "porque não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu para comparecer, agora, por nós, diante de Deus"-Hb.9:24.

"NOSSO SUMO SACERDOTE"


Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus com ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. Pois todo sumo sacerdote é constituído para oferecer tanto dons como sacrifícios; por isso, era necessário que também esse sumo sacerdote tivesse o que oferecer-Hb.8:1-3.

No santuário terrestre, o sacerdote apresentava ofertas e sacrifícios a Deus em benefício dos pecadores. Da mesma maneira, Jesus, nosso Sumo Sacerdote, apresenta a Deus os méritos do próprio sacrifício que fez em favor do homem.

Diferentemente dos sacrifícios de animais, o sacrifício de Jesus foi feito "uma vez por todas"-Hb.7:27. A virtude desse único sacrifício, é suficiente para apagar  os pecados de todos os seres humanos em todos os tempos ( I João 2:2 ). Porém, essa perfeita e completa expiação não pode salvar os descrentes. É somente quando cremos em Cristo como nosso Salvador pessoal-mérito que Ele conquistou pela morte substitutiva efetuada na cruz para remissão dos nossos pecados-que o divino Mediador pode trabalhar em nosso benefício. "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, Homem"-I Tm.2:5.

A intercessão que Cristo faz no santuário celeste ( aplicando ao que nEle crê, os benefícios do Seu perfeito sacrifício ) é tão necessária quanto a morte dEle na cruz. Cristo ministra no santuário celeste, "por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles"-Hb.7:25.

"Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemos-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna"-Hb.4:15,16.

"Que privilégio! Podemos nos aproximar do trono da graça com grande confiança. Jesus, nosso precioso Salvador é misericordioso para conosco e não repele o que O busca sinceramente. Pela eficaz mediação que Ele faz, temos acesso ao Pai. Se aceitarmos o sacrifício dEle, o perdão, a salvação e todas as bençãos do céu são asseguradas a nós".


                    Extraído da Revista Encontro com A Vida, Vol.3, Pgs.39-42.      





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